Caro jornalista Saulo Pessanha,
Antes de qualquer ressalva às suas inserções do último dia 08 de dezembro em sua coluna da Folha da Manhã, quero reafirmar a dívida de gratidão que tenho com a sua pessoa, bem como as dos jornalista Sileno Martinho, Michele Mayrink e mais alguns que a memória de meu computador não registra mais, que no ano de 2005, ajudaram-me na divulgação das obras inéditas de Nina Arueira e Clóvis Tavares, meu Pai, então lançadas como celebração dos 70 anos da morte de Nina e dos 70 anos de fundação da Escola Jesus Cristo.
Caro Jornalista Saulo Pessanha, neste ano de 2008, publicamos mais dois livros de meu Pai. Tratam-se de "João Batista" e "Rocha dos Séculos" que são estudos sobre os mais diversos assuntos sob a ótica espírita-cristã. A edição dos livros sempre é realizada com a ajuda financeira de amigos e revertida em favor de nossas obras.
Com respeito às notas copiadas abaixo:
"Pedido
A Escola Jesus Cristo, por conta da violência na cidade, está pedindo, veja só, um SOS financeiro à população. O presidente Flávio Mussa Tavares revela que a entidade tem sofrido pequenos assaltos quase que diariamente. Por conta disso, o que fez a escola? Colocou seguranças no período noturno. Mas acha pouco.
E mais...
Daí que providenciou um sistema de alarmes, ora em concorrência. Para bancá-lo, a Escola Jesus Cristo abriu uma conta no Banco do Brasil. Coisa inédita. O dinheiro doado, pelo menos na circular de Flávio Mussa, não é para o Natal dos assistidos ali. Mas para bancar o custeio da segurança. " ,
é necessário fazer algumas correções às quais, presumo, após a leitura deste e-mail, o qual peço antecipadamente perdão por ser extenso, o senhor retificará no mesmo espaço dedicado às afirmativas.
No último dia 27 de outubro a Escola Jesus Cristo completou 73 anos de fundação. Ela é mantida por seu quadro de associados que livremente estipulam a contribuição à instituição.
Durante cerca de 48 anos a Escola Jesus Cristo manteve, sem nenhum convênio público um orfanato para meninas que em determinadas épocas abrigava cerca de quarenta delas. Já existiu também um orfanato masculino no qual meu Pai, em sua solteirice cuidou de meninos, mas que durou menor período de tempo, cerca de 10 anos.
Desde a década de 60 até meados da década de 90, o orfanato para meninas era da responsabilidade de uma senhora abnegada chamada Valdéia Ribeiro Bueno, que faleceu em 2003. O orfanato nos anos 80 começou a ficar desatualizado em função das novas exigências do Estatuto da Criança e do Adolescente, que a rigor é de 1990, mas é a culminância de muitas reestruturações do Serviço Social que sistematizou e profissionalizou o que antes era realizado apenas com a boa vontade.
Na segunda metade da década de 90, a Sra. Valdéia, mesmo sem a companhia das crianças continuou, a despeito de sua idade, a residir na instituição. E lá vivia como uma zeladora carinhosa e bondosa com todos que lá buscavam acolhimento amigo durante a semana, em horários não convencionais, de reuniões da instituição. Essas visitas eram em quase a sua totalidade de moradores das comunidades do Tira-Gosto e Matadouro, que ali eram acolhidos com palavras de amor e alguns gêneros de primeira necessidade, muitas vezes de seu próprio consumo pessoal.
Após seu desenlace em 2003, tivemos algumas pessoas que ali foram residir, mas que infelizmente nunca ficaram à altura da competência humana e espiritual de Valdéia.
Neste ano de 2008, ficamos, de imprevisto, sem zelador. Diga-se de passagem que nossos zeladores tem o perfil de um homem ou um casal que não tem residência própria e que ali passam a morar com conforto, além de direitos trabalhistas.
Com a ausência do morador do local, tivemos a sequência de invasões com pequenos furtos e certos atos de vandalismo como sujar as dependências com fezes e algumas depredações.
Numa noite em que fomos chamados para ver os estragos causados por nossos visitantes indesejados, fomos constrangidos a tomar uma atitude de contratar uma vigilância noturna e apreçar a cerca elétrica.
A segurança noturna já foi dispensada e a proteção elétrica ainda está acima de nossas possibilidades. Razão que me fez tomar a atitude de encaminhar uma solicitação dirigida especificamente a alguns amigos. Enviei o e-mail, assim, para algumas pessoas conhecidas, muitas delas que já frequentaram nossa instituição , solicitando uma contribuição para estas providências. Foi uma idéia muito infeliz, pois poucas foram as pessoas que dispuseram-se a fazer o depósito. E foi infeliz, ademais, pois resultou numa informação truncada e numa notificação na imprensa que feriu a história de nossa casa, jamais maculada na imprensa nestes 73 anos de trabalho espiritual, cultural e assistencial.
Outro detalhe é que não foi aberta nenhuma conta corrente para essa finalidade. Esta é a única conta corrente da Escola Jesus Cristo, a qual achei mais razoável indicar os dados para eventuais amigos que se sensibilizassem com o meu comunicado limitado e reservado ou como dizem os franceses, "en petit comite".
Alguns desses amigos tomaram a decisão por auto recreação, de repassar o mesmo, o que pode ter tido , como teve, um efeito de progressão geométrica. Nesse espraiamento da mensagem, é que, provavelmente, chegou ao seu computador, uma mensagem minha nos repasses feitos simplesmente com um teclar "enter".
A título de maiores informações, quero ainda esclarecer ao nosso caro repórter, que nossas atividades em relação aos nossos assistidos sempre são realizadas sem nenhuma divulgação na mídia e muito menos com solicitação pública de recursos financeiros.
Na atualidade, não temos mais orfanatos, que devem adequar-se à nova legislação, e ainda não temos estrutura para tal. Entretanto, temos cadastradas mais de cem famílias que são atendidas aos sábados, onde lhes é oferecido, além da cesta básica, estudos facilitados de Evangelho, aulas de artesanato e um coral de senhoras. Para o ano de 2009, já está programado um curso de Alfabetização de adultos. Continuamos sem nenhum convênio público e preferimos atuar com nossos próprios recursos.
Encaminho ao senhor, Jornalista Saulo Pessanha, algumas fotos do almoço que fizemos com os assistidos na manhã do dia 14 de dezembro, na mesma semana em que foram publicadas as inverdades em sua coluna.
Portanto, sem buscar nenhuma reparação para o meu nome, o qual reconheço indigno e imerecedor de qualquer evidência, solicito do senhor a reparação das notas desonrosas à Escola Jesus Cristo, que tem sido ao longo destes 73 anos um referencial de respeito, cultura, humanidade e constância. Ela se mantém funcionando ininterruptamente, inclusive em épocas como natal, ano novo, carnaval e outras, quando percebemos inclusive que há necessidade de existir um posto aberto para auxílio espiritual, quando se multiplicam os sofrimentos e as necessidades dos desesperançados.
Ratifico minhas escusas pela longa missiva, todavia, não poderia furtar-me à necessária correção da informação, da qual a veracidade constitui a sua face bela.
Lembro também que o fato de uma instituição derivar suas preocupações com a segurança não significa de modo algum que esteja abandonando sua vocação primeira, assim como o fato de um chefe de família, preocupada com a segurança de sua casa, não o desobriga de preocupar-se com seus outros misteres.
Conto assim, com a sua compreensão, no sentido de transmitir aos leitores desde matutino as informações coerentes com os fatos, desfazendo assim mal entendidos e evitando que necessitemos de interlocutores que são sempre mais indesejáveis que o estabelecimento de um diálogo franco e direto.
Despedindo-me coloco-me à sua inteira disposição para maiores informações, inclusive para quando chegarem aos seus ouvidos, ou ao seu computador, informações que não sejam necessariamente verdadeiras.
Informo também que este e-mail tem cópias para outros jornalistas da Folha da Manhã.
Preferindo fazer-nos uma visita, estarei também ao seu inteiro dispor nas sextas feiras às 20 horas ou nos domingos às 11 horas.
Aproveitando a oportunidade da época, rogo a Jesus um Natal de Paz para o senhor, Jornalista Saulo Pessanha e para toda a sua família, bem como para os funcionários e diretores do Jornal Folha da Manhã.
Antes de qualquer ressalva às suas inserções do último dia 08 de dezembro em sua coluna da Folha da Manhã, quero reafirmar a dívida de gratidão que tenho com a sua pessoa, bem como as dos jornalista Sileno Martinho, Michele Mayrink e mais alguns que a memória de meu computador não registra mais, que no ano de 2005, ajudaram-me na divulgação das obras inéditas de Nina Arueira e Clóvis Tavares, meu Pai, então lançadas como celebração dos 70 anos da morte de Nina e dos 70 anos de fundação da Escola Jesus Cristo.
Caro Jornalista Saulo Pessanha, neste ano de 2008, publicamos mais dois livros de meu Pai. Tratam-se de "João Batista" e "Rocha dos Séculos" que são estudos sobre os mais diversos assuntos sob a ótica espírita-cristã. A edição dos livros sempre é realizada com a ajuda financeira de amigos e revertida em favor de nossas obras.
Com respeito às notas copiadas abaixo:
"Pedido
A Escola Jesus Cristo, por conta da violência na cidade, está pedindo, veja só, um SOS financeiro à população. O presidente Flávio Mussa Tavares revela que a entidade tem sofrido pequenos assaltos quase que diariamente. Por conta disso, o que fez a escola? Colocou seguranças no período noturno. Mas acha pouco.
E mais...
Daí que providenciou um sistema de alarmes, ora em concorrência. Para bancá-lo, a Escola Jesus Cristo abriu uma conta no Banco do Brasil. Coisa inédita. O dinheiro doado, pelo menos na circular de Flávio Mussa, não é para o Natal dos assistidos ali. Mas para bancar o custeio da segurança. " ,
é necessário fazer algumas correções às quais, presumo, após a leitura deste e-mail, o qual peço antecipadamente perdão por ser extenso, o senhor retificará no mesmo espaço dedicado às afirmativas.
No último dia 27 de outubro a Escola Jesus Cristo completou 73 anos de fundação. Ela é mantida por seu quadro de associados que livremente estipulam a contribuição à instituição.
Durante cerca de 48 anos a Escola Jesus Cristo manteve, sem nenhum convênio público um orfanato para meninas que em determinadas épocas abrigava cerca de quarenta delas. Já existiu também um orfanato masculino no qual meu Pai, em sua solteirice cuidou de meninos, mas que durou menor período de tempo, cerca de 10 anos.
Desde a década de 60 até meados da década de 90, o orfanato para meninas era da responsabilidade de uma senhora abnegada chamada Valdéia Ribeiro Bueno, que faleceu em 2003. O orfanato nos anos 80 começou a ficar desatualizado em função das novas exigências do Estatuto da Criança e do Adolescente, que a rigor é de 1990, mas é a culminância de muitas reestruturações do Serviço Social que sistematizou e profissionalizou o que antes era realizado apenas com a boa vontade.
Na segunda metade da década de 90, a Sra. Valdéia, mesmo sem a companhia das crianças continuou, a despeito de sua idade, a residir na instituição. E lá vivia como uma zeladora carinhosa e bondosa com todos que lá buscavam acolhimento amigo durante a semana, em horários não convencionais, de reuniões da instituição. Essas visitas eram em quase a sua totalidade de moradores das comunidades do Tira-Gosto e Matadouro, que ali eram acolhidos com palavras de amor e alguns gêneros de primeira necessidade, muitas vezes de seu próprio consumo pessoal.
Após seu desenlace em 2003, tivemos algumas pessoas que ali foram residir, mas que infelizmente nunca ficaram à altura da competência humana e espiritual de Valdéia.
Neste ano de 2008, ficamos, de imprevisto, sem zelador. Diga-se de passagem que nossos zeladores tem o perfil de um homem ou um casal que não tem residência própria e que ali passam a morar com conforto, além de direitos trabalhistas.
Com a ausência do morador do local, tivemos a sequência de invasões com pequenos furtos e certos atos de vandalismo como sujar as dependências com fezes e algumas depredações.
Numa noite em que fomos chamados para ver os estragos causados por nossos visitantes indesejados, fomos constrangidos a tomar uma atitude de contratar uma vigilância noturna e apreçar a cerca elétrica.
A segurança noturna já foi dispensada e a proteção elétrica ainda está acima de nossas possibilidades. Razão que me fez tomar a atitude de encaminhar uma solicitação dirigida especificamente a alguns amigos. Enviei o e-mail, assim, para algumas pessoas conhecidas, muitas delas que já frequentaram nossa instituição , solicitando uma contribuição para estas providências. Foi uma idéia muito infeliz, pois poucas foram as pessoas que dispuseram-se a fazer o depósito. E foi infeliz, ademais, pois resultou numa informação truncada e numa notificação na imprensa que feriu a história de nossa casa, jamais maculada na imprensa nestes 73 anos de trabalho espiritual, cultural e assistencial.
Outro detalhe é que não foi aberta nenhuma conta corrente para essa finalidade. Esta é a única conta corrente da Escola Jesus Cristo, a qual achei mais razoável indicar os dados para eventuais amigos que se sensibilizassem com o meu comunicado limitado e reservado ou como dizem os franceses, "en petit comite".
Alguns desses amigos tomaram a decisão por auto recreação, de repassar o mesmo, o que pode ter tido , como teve, um efeito de progressão geométrica. Nesse espraiamento da mensagem, é que, provavelmente, chegou ao seu computador, uma mensagem minha nos repasses feitos simplesmente com um teclar "enter".
A título de maiores informações, quero ainda esclarecer ao nosso caro repórter, que nossas atividades em relação aos nossos assistidos sempre são realizadas sem nenhuma divulgação na mídia e muito menos com solicitação pública de recursos financeiros.
Na atualidade, não temos mais orfanatos, que devem adequar-se à nova legislação, e ainda não temos estrutura para tal. Entretanto, temos cadastradas mais de cem famílias que são atendidas aos sábados, onde lhes é oferecido, além da cesta básica, estudos facilitados de Evangelho, aulas de artesanato e um coral de senhoras. Para o ano de 2009, já está programado um curso de Alfabetização de adultos. Continuamos sem nenhum convênio público e preferimos atuar com nossos próprios recursos.
Encaminho ao senhor, Jornalista Saulo Pessanha, algumas fotos do almoço que fizemos com os assistidos na manhã do dia 14 de dezembro, na mesma semana em que foram publicadas as inverdades em sua coluna.
Portanto, sem buscar nenhuma reparação para o meu nome, o qual reconheço indigno e imerecedor de qualquer evidência, solicito do senhor a reparação das notas desonrosas à Escola Jesus Cristo, que tem sido ao longo destes 73 anos um referencial de respeito, cultura, humanidade e constância. Ela se mantém funcionando ininterruptamente, inclusive em épocas como natal, ano novo, carnaval e outras, quando percebemos inclusive que há necessidade de existir um posto aberto para auxílio espiritual, quando se multiplicam os sofrimentos e as necessidades dos desesperançados.
Ratifico minhas escusas pela longa missiva, todavia, não poderia furtar-me à necessária correção da informação, da qual a veracidade constitui a sua face bela.
Lembro também que o fato de uma instituição derivar suas preocupações com a segurança não significa de modo algum que esteja abandonando sua vocação primeira, assim como o fato de um chefe de família, preocupada com a segurança de sua casa, não o desobriga de preocupar-se com seus outros misteres.
Conto assim, com a sua compreensão, no sentido de transmitir aos leitores desde matutino as informações coerentes com os fatos, desfazendo assim mal entendidos e evitando que necessitemos de interlocutores que são sempre mais indesejáveis que o estabelecimento de um diálogo franco e direto.
Despedindo-me coloco-me à sua inteira disposição para maiores informações, inclusive para quando chegarem aos seus ouvidos, ou ao seu computador, informações que não sejam necessariamente verdadeiras.
Informo também que este e-mail tem cópias para outros jornalistas da Folha da Manhã.
Preferindo fazer-nos uma visita, estarei também ao seu inteiro dispor nas sextas feiras às 20 horas ou nos domingos às 11 horas.
Aproveitando a oportunidade da época, rogo a Jesus um Natal de Paz para o senhor, Jornalista Saulo Pessanha e para toda a sua família, bem como para os funcionários e diretores do Jornal Folha da Manhã.
3 comentários:
Amigo Flávio, fui criada na Escola Jesus Cristo, e se hoje conheço o conceito de humanidade e compaixão pelo próximo, devo aos meus ensinamentos nesta casa, sempre cheia de amor e acolhedora aos necessitados, de matéria e espírito.Longe de mim a perfeição da prática, mas a conduta baseada na ética espírita procuro sempre seguir, graças a seu pai, ao Celsinho, e tantos outros. Me coloco a sua disposição para qualquer ajuda, e tenha meu total apoio nesse momento. E uma das poucas obras que hoje se mantêm sem necessidade de conivência política e dependência de governos indignos.Parabéns por sua pessoa, pelo seu pai e pela sua obra.Deus te abençoe com muita paz neste momento, e tenho certeza que ele assim o fará...mais uma provação que tirarás de letra, pela pessoa humana e caridosa que és.
Flávia
Flávia, obrigado pela participação sempre carinhosa. Deus te abençoe e te de um Feliz Natal.
Pra vc e sua bela família também Flávio.Paz!
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