sábado, 26 de setembro de 2009

SUICIDALIDADE


De acordo com as estatísticas, pode-se traçar o perfil do suicida: Homem, com mais de 55 anos, morador de grandes cidades, AGNÓSTICO, socialmente isolado, fisicamente doente, sem antecedentes psiquiátricos e alcoólatra moderado. De saída, é possível algumas conclusões: a metrópole adoece psiquicamente o homem. O Agnosticismo, ou a doutrina que considera ser impossível ao homem conceber algo que vá além dos seus sentidos naturais, também é patogênico. O isolamento social, tão comum nas grandes cidades, também é fator de adoecimento. E o alcoolismo, que advém de um hábito incentivado pela mídia, conduz o homem a buscar o fim de sua própria existência. Urbanização, materialismo, autoclausura e dipsomania. Estes são os alvos de todos os que lutam pela vida. O perfil da pessoa que tenta o suicídio, mas não alcança o seu intento é: mulher, jovem, de boa saúde corporal, em situação de conflito evidente com o grupo familiar ou social mais imediato. Deste novo grupo, pode-se acrescentar novos alvos na luta contra a idéia de desistência da vida: o desajuste familiar e as injustiças sociais do mundo pós- moderno. Associam-se ao suicídio os seguintes fatores em ordem decrescente de importância: sexo masculino, idade avançada, viuvez, celibato ou divórcio, ausência de prole, residente em grande cidade, alto padrão de vida, crise econômica, consumo de álcool e droga, lar desfeito na infância e doença mental ou física. Outra surpresa: o alto padrão de vida. Isso quer dizer que mesmo o dinheiro não resolve os dramas psíquicos do ser humano. Os fatores considerados de maior segurança contra o perigo do suicídio são em ordem crescente: sexo feminino, juventude, baixa densidade populacional, religião, casamento, prole numerosa, baixo padrão de vida e situação de guerra. Aqui as surpresas são maiores. Em ciência o risco de suicídio chama-se suicidalidade. A suicidalidade é maior na opulência e menor na carência. Maior nos egoístas que nos pródigos. Maior no estilo de vida que não cogita da existência de Deus, do que nos que buscam com todas as forças, crer num Deus, infinitamente justo e bom. A melhor maneira de lutar contra as altas taxas de suicidalidade é incentivar a religiosidade e a solidariedade.
Flávio Mussa Tavares
fmussa@mcampista.com.br
Monitor Campista- 26/09/2009

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

DESAGRADO PELA VIDA


Tenho observado em faixas etárias infantojuvenis um incompreensível desagrado pela vida. Que pessoas de idade madura ou avançada, cansados de desilusões, desacertos e desapontamentos, percam o interesse pelas amenidades da vida, é compreensível. O que tem me causado espécie, em minha vida de médico, é assistir o crescente e assombroso senso de desvalor ou desamor pela vida em crianças e jovens. Percebe-se essa emoção negativa através de expressões verbais empregadas, dos atos de violência, de tentativas frustras de suicídio e de assassinatos entre eles. A que atribuir essa infantilização de emoções e atitudes tipicamente adultas? Como entender a depressão na infância? Como julgar razoável que um jovem perca o interesse pela vida social? A quem ou a que responsabilizar pela baixa estratificação etária de todos estes males? Algumas justificativas (como se fosse fácil explicar as coisas da alma) apontam a mídia, outras a toxicomania, outras os novos videogames de violência e até a internet. Todavia, apesar de haver um equacionamento do problema com essas explicações, não se consegue entender como e quando a criança começou a perder a alegria. Eu percebo a nossa vida urbana e capitalista como um grande oceano de excitações nervosas. As crianças em tenra idade são bombardeadas com uma carga de estímulos ao cérebro de enormes proporções. Cores, luzes, sons e movimento. Todas estas coisas estão exaltando os cinco sentidos e levando muitas mensagens ao cérebro, que chegam como furacões. O cérebro, por sua vez, responderá com uma maior circulação de dopamina, adrenalina, noradrenalina e serotonina. Estas substâncias comandam a condução dos estímulos por todo o corpo, dando sensação de bem estar e uma enorme vontade de repetir continuamente. De tal forma essas crianças ficam habituadas à esta superexcitação, que não sabem mais viver sem elas. São tantos sinais de euforia, que estes jovens não conseguem ter emoções naturais. Olhar um campo florido, uma praia deserta, uma paisagem montanhosa, uma geleira ou simplesmente aquele belo dia de sol não são mais suficientes para produzir estímulos para a vida. Se elas ficam sem internet, sem festas barulhentas, pensam que a vida é triste. P seu ânimo vem sempre de fora. Só sentem-se bem com a exaltação de humor, a euforia, a excitação dos sentidos causada pelas parafernálias eletrônicas ou por estímulos químicos. E partem para drogas sintéticas, músicas eletrizantes e sem sentido e quando essas emoções já não conseguem produzir euforia, querem morrer. Acho que as escolas precisam acender o tema do amor pela vida e ajudar as crianças e jovens a descobrir o que é a alegria sem aditivos. Espero que a juventude submersa no desagrado pela vida não seja o preço que a sociedade tenha que arcar pela transformação do Brasil num país desenvolvido e sofisticado.
Flávio Mussa Tavares
fmussa@mcampista.com.br

sábado, 5 de setembro de 2009

CANÇÃO DO AMOR AO PRÓXIMO




Esta foi a coluna gentil da amiga Patrícia Bueno sobre o Coral da Fraternidade, que a minha filha Juliana ensaia na Escola Jesus Cristo aos sábados com os nossos companheiros da comunidade que comparecem ao Culto da Assistência.

Fica aqui a minha gratidão sincera a Patrícia.


A música, parceria de Charles Chaplin, G. Parson e J. Turner, já podia ser ouvida da calçada: “Sorri, quando a dor te torturar e asaudade atormentar os teus dias tristonhos, vazios...”.

Cumprimentei o porteiro, sentado em um pequeno banco, ao lado do portão, esegui em direção ao local do ensaio. Na medida em que me aproximava, o som ia ficando mais intenso:

“Sorri, quando tudo terminar,quando nada mais restar do teu sonho encantador...”.

Essa música sempre me emociona. Contive algumas lágrimas teimosas e olhei ao redor. O lugar é amplo e bem modesto. Chama-seTeatro Casimiro Cunha, mas bem que poderia se chamar Teatro Fênix, pois já sobreviveu a um incêndio.

Do local que um dia já foicinzas, a música saía do teclado de uma jovem regente que, com movimentos suaves, conduzia o pequeno grupo, formado quase quetotalmente por mulheres. São donas de casa, acompanhadas de seus filhos; pessoas humildes, em busca de atenção e auxílio. Tratei de me acomodar entre elas, meio sem graça. Mas a líder do grupo logo se aproximou com uma pastinha vermelha. Nela estavam as letras das músicas, para que eu também as acompanhasse. Na verdade já sabia a letra de “Sorri”. Mesmo assim, sorri e agradeci a gentileza. Enquanto folheava a pasta, com letras religiosas e populares, reparei em uma senhora, no finalzinho da fileira do canto. Trajava roupas surradas e se esforçava para segurar muitas sacolas plásticas, com alguns trapos. Era uma dessas pessoas invisíveis aos olhosdos poderosos.
Aparentemente alheia ao que se passava ao seu redor, talvez nem tenha se dado conta do conselho do Rei do Cinema Mudo:
“Sorri,quando o sol perder a luz, e sentires uma cruz nos seus ombros cansados, doídos...”.
No meio do Coral Virgílio de Paula, pude ouvir a voz da fraternidade.
Lá, todos são bem-vindos. A música é mesmo uma das expressõesda alma.Ao final, um pouco da palavra de Deus.
A parábola do filho pródigo foi um convite à reflexão na tarde de sábado. Para fechar, aregente pediu que os componentes sugerissem uma música:
Sorri! — falou em voz alta um senhor de olhos tristes que chegara atrasado.
Era visível sua emoção ao ouvir a canção.
Ele fechava os olhos, sentia a música e... sorria, afinal,
“ao notar que tu sorris todo mundo irá supor que és feliz.”


Patrícia Bueno


(Monitor Campista- 02/09/2009)

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

I CURSO DE MANEJO CLÍNICO DA AMAMENTAÇÃO





Com o objetivo de capacitar profissionais para a Clínica Municipal de Apoio à Lactação, com início de funcionamento previsto para dezembro, o Comitê Permanente de Apoio e Proteção ao Aleitamento Materno promove, a partir de amanhã, o primeiro Curso de Manejo Básico da Amamentação.



O curso, com duração de 20 horas, acontecerá no Auditório Amaro Prata Tavares,no Palácio da Cultura. A aula inaugural acontece às 14h desta sexta-feira (04/09). /



As inscrições são gratuitas e serão feitas no local, antes do início do evento.



As aulas serão sempre às sexta-feiras, às 14h e, no final do curso, todosreceberão um certificado. Qualquer profissional de nível superior pode participar,mas o nosso foco são os profissionais de saúde, sobretudo, enfermeiros —informou o idealizador do comitê, o pediatra e coordenador do Centro de Referênciae Tratamento da Criança e do Adolescente (CRTCA), Luís Alberto Mussa Tavares.





De acordo com o coordenador do CRTCA, com a conclusão da parte teórica, emnovembro, será realizada a segunda etapa do curso de manejo, com o treinamentode profissionais nos hospitais e maternidades do município.



“Acreditamos que até ofinal do ano, ainda em dezembro, estejamos implantando a Clínica Municipal deApoio à Lactação na sede do CRTCA”, cogitou Mussa.



Segundo Mussa, as informações passadas por técnicos não capacitados que trabalham em uma maternidade a uma nutriz podem muitas vezes atropelar todoum trabalho de educação para amamentação elaborado desde o pré-natal.



Daí anecessidade de profissionais preparados para auxiliar na reimplantação da culturado aleitamento materno no município.



“O curso de manejo é só uma das ações queo comitê está desenvolvendo para trazer de volta esta cultura tão importante prasaúde da criança”, frisou o pediatra.
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.MONITOR CAMPISTA (03/09/2009)