Refletindo sobre nossos irmãos campistas desalojados, é possível sentir quais foram suas emoções nesta época do ano. Talvez emoções de mágoa e melancolia, desesperança e frustração. A perda do abrigo é uma das mais angustiantes para o gênero humano. O psiquiatra americano Abraham Maslow, sugeriu que as nossas necessidades evoluem a partir das necessidades físicas até as espirituais. Escalonou cinco delas e as desenhou em forma de a pirâmide. São elas: 1-Necessidades fisiológicas fundamentais, como a fome, o sono, o sexo, a excreção; 2- Necessidade de Abrigo e segurança, que vão desde o sentir-se seguro dentro de uma casa a formas mais elaboradas de segurança como um emprego, estabilidade e seguro-saúde; 3- Necessidades sociais, sentimentos como ter família, pertencer a um grupo, estar em comunidade; 4-Necessidade de aprovação, do reconhecimento dos outros; 5- Necessidade de auto-realização, de transpor limites, de transcender. Considerando que o Abrigo está no segundo nível de necessidades, é possível inferir que no momento em que se tem a exata consciência de se tê-lo perdido, tem-se a sensação subjetiva de perda de sua proteção e de sua família. É uma emoção limite da alma. Acompanhando o noticiário da imprensa campista sobre a catástrofe ambiental que sobre nós se abateu, chega-se a conclusão de que perto de 50 mil pessoas passaram o Natal e o Ano Novo fora de suas casas, de seu habitat, de seus abrigos. São 50 mil seres humanos feridos em um calcanhar de Aquiles nuclear da alma. E as perdas humanas? Estas fazem crescer sobremaneira a dor. Passar estas datas sob a emoção de uma forte dor é sempre profundamente melancólico. Todavia, o Ano Novo convida inevitavelmente o homem a refletir sobre a Esperança. Inexplicável esperança, contudo, paradoxalmente real! É esse humanamente inexplicável movimento do espírito humano que se deve atribuir ao Amor de Deus. Um Deus dispensador universal de bênçãos! E é por isso que o Ano Novo suscita uma estranha Coragem ao homem. Coragem para fazer projetos, coragem para doar-se. Coragem para despojar-se de bens materiais que muita vez intoxicam o nosso espírito cansado de ambição e egoísmo. Basta de individualismo. É hora da fraternidade sem acepção de pessoas, como o amor de Deus. É época de solidariedade, de plantarmos sementes de uma nova geração sobre a Terra. Nova Terra sob um novo Céu. Terra onde a Esperança será a têmpera da evolução de nossa sociedade.
2 comentários:
Pois é, o já excelente time de craques formado pelos articulistas do Monitor ganhou excelente reforço.
De parabéns estão mesmo os leitores do tradicional periódico Dr. Flávio!
Obrigado pelas palavras deixadas lá no "Comentários".
Gd Abs.
Caro Fábio, estou em uma situação semelhante à sua. No dia 16 de janeiro inaugurei meu espaço no Monitor Campista, no caderno Mais Cultura, versando sobre Cultura, Filosofia, Saúde individual e coletiva e Espiritualidade. Alterno os temas e tento escrever para atingir a todos. Parabenizo-o pela conquista do espaço e tenho certeza de que a cidade ganhou muito com a sua participação. Abraço forte!
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