Acompanhando a idéia do amigo Ricardo André Vasconcelos, de homenagear a Laís com um poema, vou deixar aqui a poesia de Auta de Souza que consta de seu único livro HORTO e que trata-se de uma rara e sublime exposição sobre o tema que o Padre Antônio Vieira considerava " a mais indesejável das gentes", que é a morte.
Fugir a mágoa terrena
E ao sonho que faz sofrer
Deixar o mundo sem pena
Será morrer?
.
Fugir neste anseio infindo
Fugir neste anseio infindo
À treva do anoitecer,
Buscar a aurora sorrindo
Será morrer?
.
E ao grito que a dor arranca
E ao grito que a dor arranca
E o coração faz tremer,
Voar uma pomba branca
Será morrer?
.
Lá vai a pomba voando
Livre, através dos espaços...
Sacode as asas cantando:
"Quebrei meus laços!"
.
Aqui n’amplidão liberta,
Aqui n’amplidão liberta,
Quem pode deter-me os passos?
Deixei a prisão deserta,
"Quebrei meus laços!"
.
Jesus, este vôo infindo
Há de amparar-me nos braços,
Enquanto eu direi sorrindo
"Quebrei meus laços!"
Auta de Souza (HORTO)
E rogando a Deus que receba essa corajosa mulher, que enfrentou a ironia, enfrentou a crueldade humana, a estupidez dos poderosos e a covardia dos pusilânimes.
Que ela receba a glória por suas atitudes e por seu caráter sincero, amigo, bondoso e cativante!
Viva Lalá!
Viva! ... Lalá!
(A foto acima é "emprestada so blog do Ricardo André e ali estão na ordem da esquerda para a direita, as irmãs, as filhas do Peixotinho e D.Baby : Marise, Alcione, Laís, Joana e Nina)
2 comentários:
Belas e verdadeiras palavras, querido! A Lalá é assim mesmo. E não havia outro jeito: ou se gostava dela ou não. Indiferente, jamais.
Não consegui ir ao seu velório, mas fiquei orando por um suave "quebrar de laços" dela.
Beijo
Ah, passei pra ler o artigo do Monitor do jeito que disse que faria. rs
Bom domingo!
Mariza.. é a mais nova das peixotinhas.. minha querida mãezinha.. abraço e obrigado pelo carinho a essa minha querida madrinha..
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