O Município de Macaé no seu próximo concurso público para a área de saúde vai abrir vagas para médico homeopata.
Independente de o gestor da saúde no município aceitar ou não as doses mínimas da homeopatia, considero que é importantíssimo oferecer essa modalidade de tratamento para o públco do SUS, para o público que não pode ter um plano de saúde.
Alguém pode argumentar: mas o estado não pode arcar com gastos em uma modalidade terapêutica que não é comprovada cientificamente.
A minha resposta a esse argumento é: o estado não vai aumentar o seu gasto, vai reduzí-lo!
Ademais, a questão da cientificidade da homeopatia é uma questão da biologia molecular, não é da medicina! A medicina trabalha com resultados empíricos e não com modelos "in vitro".
Se o público sem-plano de saúde não puder ter acesso à homeopatia por falha de comprovação biológica de sua eficácia, deveria ser proibida a sua prática privada e consequentemente pelos planos de saúde.
Não é o que se vê!
Quase todas as empresas de medicina de grupo oferecem a homeopatia com opção terapêutica. Há uma grande demanda e sobretudo, há apresentação de resolutividade nas estatísticas das empresas de medicina de grupo. Uma empresa particular não paga este serviço por opção filosófica. Paga por causa da demanda e por causa da comprovação clínica da eficácia.
Espero que todos tenham entendido a diferença da comprovação da eficácia biológica e a comprovação da eficácia clínica. A primeira é em células. A segunda é em seres humanos.
Desse modo, entendo que democraticamente os municípios, como o de Campos, poderiam seguir o exemplo de Macaé e iniciar um programa de medicina homeopática, acupuntura e fititerapia, também chamado de programa de medicina complementar. Esse programa poderia oferecer consultas nos postos médicos em regime ambulatorial e nos chamados NASF.
O NASF é um programa que significa núcleo de apoio à saúde da família. Funciona em sintonia com o PSF e abrange dois ou três polos do mesmo. Além de Homeopatia, o NASF oferece Psiquiatria, Psicologia, Fisioterapia e Acupuntura. A sua implementação traz mais verba de saúde para a região.
Quem é contra a inserção destas práticas complementares (não são alternativas) na rede pública, ainda não pôde testemunhar a alegria de uma senhora de 80 anos melhor de sua asma. Ainda não pôde ver o riso estampado na face na mãe de uma criança que não apresenta mais episódios recidivantes de amigdalite ou sinusite. Não sentiu como é bom libertar um idoso de antiinflamatórios para seu reumatismo crônico, ou melhorar o humor de um jovem tímido, ou a insegurança de uma adolescente medrosa.
Esses exemplos são reais e os retiro de meu arquivo do consultório e do ambulatório do Hospital Álvaro Alvim, onde atendo o SUS. Aliás, onde há uma demanda reprimida para o atendimento com médico homeopata. Entretanto, apesar de este hospital me ceder espaço para esta especialidade, penso que o mais correto seria que fosse um espaço da secretaria de saúde do município, com medicação homeopática dispensada em farmácia própria ou comprada à uma farmácia local.
Ofereço aos gestores que iniciam a sua nova etapa do cuidar do ser humano em Campos, a possiblidade de um projeto dessa natureza.
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