sábado, 7 de fevereiro de 2009

Campos tem um carma? Monitor Campista 07/02/2009



Campos pode ser uma cidade maldita? No Antigo Testamento há exemplos de castigo divino sobre cidades. Sodoma e Gomorra foram destruídas por ordem expressa de Deus.
Nínive teria o mesmo destino que, embora predito por Jonas, não se realizou. Deus havia solicitado a Jonas para ali pregar o arrependimento. Jonas, que nenhuma simpatia nutria por Nínive, fugiu. Achava que as pessoas não se arrependeriam e preferiu desse modo, que a cidade fosse riscada do mapa de uma só vez. Jonas embarcou no porto de Jope, mas seu navio quase indo à deriva, os marinheiros consideraram Jonas azarado e atiraram-no ao mar. Em alto mar, Jonas foi deglutido por um cetáceo e cuspido na praia. Somente após esse fato é que Jonas percebe que não deveria ter desobedecido a Deus. Retorna a Nínive, prega o arrependimento e o povo da cidade, surpreendentemente se converte. Nínive não foi destruída. Jonas não gostou, pois tinha “um nome a zelar”. Ele profetizara a destruição e esta não aconteceu. Deus achou mais importante zelar pela cidade. Jesus lançou uma maldição sobre Jerusalém, que foi destruída no ano 70. E aí fica a pergunta no ar? Campos pode ter sido vítima de uma maldição dos escravos que aqui foram supliciados e dizimados aos milhares, convertendo a região em uma das mais violentas do Brasil? Não creio nisso. Campos têm um padrão comportamental reconhecido por todos os “estrangeiros” que aqui vem morar. O carma, isto é a resultante de forças de causa e efeito para uma alma coletiva de uma cidade é um complexo sistema de equações. Nesse caso pode-se supor que, se existe alguma determinação celestial para punir a alma coletiva de Campos, poderia a ordem ser mudada, assim como em Nínive, se o comportamento da maioria do seu povo melhorar também. Não há determinismo de Deus para se destruir coisa alguma. Deus é Pai. Não se interessa um punir, mas em ensinar. A nossa cidade só pode ser relegada ao abandono e ao desalento por ação de seus próprios representantes. Campos não têm um carma, isto é, não é uma cidade maldita. Mas os seus governantes certamente adquirem responsabilidade diante de Deus sobre suas ações no destino de todo um povo. Não se pode culpar a Deus. A classe dirigente é absolutamente responsável pelas aflições pelas quais passa a população. Toda lágrima será computada na conta eterna de quem a causou. Como disse certa vez Chico Buarque: "...você vai pagar e é dobrado, cada lágrima rolada neste meu penar..."
Flávio Mussa Tavares
flaviotav@gmail.com

Um comentário:

Flavia D'Angelo disse...

A justiça divina é nossa única esperança Flávio!Excelente post!!