Algumas pessoas me escreveram perguntando sobre o porquê de eu estar me referindo de modo repetitivo a uma personagem assim tão apagada na hagiografia, isto é entre as biografias de santos católicos. Peço perdão aos leitores então, para contar algo muito pessoal. Na década de 30, o mineiro Chico Xavier escreveu dois livros, inspirado, segundo ele, por um antigo senador romano do tempo de Jesus. No segundo deles, há a referência a uma história singular. Uma patrícia romana, de cerca de 18 anos é expulsa de casa injustamente, como se houvesse tido um filho fora do casamento. Ela perambula pela Itália, sozinha com o bebê que não era seu, até que, por um conselho amigo, vai para a cidade de Alexandria no Egito. Esse percurso dura um ano, tempo suficiente para que o pequeno ao seu colo falecesse, vítima das doenças infantis do inverno europeu. Mas este mosteiro era apenas para homens. A moça, que chamava-se Célia, adota o nome Marinho e veste-se de hábitos de monge. Durante sua vida monástica, ocorre a nova acusação já narrada nos textos Santa Marina I e II. Acontece que os arquivos católicos, maronitas e ortodoxos sobre Santa Marina eram praticamente inacessíveis no Brasil na década de 30. E a história descrita no livro de Chico Xavier é muito maior, mais minuciosa e detalhista, revelando a vida cotidiana na Roma e na Palestina do segundo século. No ano de 1939, quando o livro foi editado, Chico Xavier era um datilógrafo de uma fazenda do Ministério da Agricultura, trabalhando cerca de 10 horas por dia. Ele tinha apenas o curso primário, o que corresponde à primeira metade do ensino fundamental de hoje. No ano de 1941, meu Pai, Clóvis Tavares encontrou um livro em espanhol que contava a segunda parte da narrativa de Chico Xavier e ficou muito impressionado, pois os dados eram idênticos e havia uma confirmação impressionante da paranormalidade do mineiro. Ele havia captado, de um modo impecável, dados da vida de uma santa desconhecida. Principalmente para quem vivia numa comunidade rural de Minas Gerais nos anos 30. Quando meu Pai encontrou a prova da veracidade histórica do texto de Chico, levou o livro para ele, que ficou muito feliz de poder confirmar o que sua percepção extra-sensorial havia captado. A Santa Marina era muito venerada em Veneza, na Itália e o seu dia é o 18 de junho. No ano passado eu fiz uma nova busca, desta vez em sítios católicos e maronitas da Internet e obtive novas confirmações que incluí num livro chamado “Célia Lúcius, Santa Marina”, publicado por uma editora de Belo Horizonte e que traz vários documentos históricos comprovando a os escritos de Chico Xavier. Aos interessados estou ao dispor.
Flávio Mussa Tavares
fmussa@mcampista.com.br
Flávio Mussa Tavares
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