quinta-feira, 26 de junho de 2008

O CONTRA-EXEMPLO DA ELITE



"E o rei Herodes, ouvindo isto, perturbou-se, e toda Jerusalém com ele."

Mt 2:3



O exemplo vem de cima, diz a sabedoria popular.


Sabe-se que uma sociedade evolui psicologicamente, culturalmente e sociologicamente através do exemplo de dignidade de seus governantes. Um governo que pauta pela ética e por princípios morais elevados certamente conduz os seus tutelados a um maior padrão moral e ético.

A sociedade reflete em suma o padrão psíquico de seus governantes. Ela cresce em uníssono com os bons governantes e entra em processo de degradação moral e ética com o exemplo degradante e aético que é demonstrado pela elite do poder.

Quem primeiro observou isso foi o evangelista Mateus que referiu-se ao momento em que Herodes soube que um rei havia nascido. Ele perturbou-se, isto é entrou em estado de transtorno psíquico com as suas conseqüentes alterações de comportamento. Esta alteração levou os cidadãos de Jerusalém a seguirem o mesmo padrão comportamental de seu líder político.

Através dos tempos os herodes tem se multiplicado. O arquétipo herodes é de mandatários de poder temporal absolutamente indignos, corruptos, que vendem a sua alma, traem seu povo, desesperam-se ante a possibilidade de perder as vantagens ilícitas, tornam-se grande perdulários, devassos e estimam a ostentação de sua opulência.

Com semelhante quadro estampado em todas as formas de mídia, a pureza original inata do populacho também entra em processo de degradação e a barbárie se multiplica em todos os rincões da nação ou cidade.

Vivemos um destes momentos de banalização do sentimento, quando a palavra de ordem é a corrupção de todos os valores morais mais sagrados de nossa humanidade. Essa deterioração de valores éticos no escalão superior da sociedade difunde-se com efeito multiplicador e degenera toda uma geração de almas que podem inclusive legar a geração seguinte os contra-valores éticos repassados como norma. É assim que cultua-se o roubo considerando-o normal. É por isso que a honestidade é um valor desconhecido. E é por isso que uma geração como a atual é absolutamente desalentada quanto ao futuro. E a quem debitar um prejuízo moral deste quilate? Desesperançar as pessoas é uma forma de matá-las também por que esta é uma morte de alma.

O contra-exemplo da elite tem efeitos deletérios por cerca de três gerações, fazendo crescer em proporção geométrica os seus malefícios.

Que tenha Deus piedade destes novos herodes.

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