Cheguei a surpreendente conclusão de que não existem corruptos. Pode parecer estranho essa afirmação em uma sociedade que vive saturada de notícias de corrupção em todos os níveis de administração pública, privada e público-privada. Há queda dos índices de desenvolvimento econômico-social, gerada pelo desvio do capital aplicado no setor público. Há maior morbidade por epidemias por causa da dissipação de verbas para saneamento básico. Há maior mortalidade infantil por desnutrição. Se essas são conseqüências diretas da corrupção, então, não há corruptos, há assassinos! Considerar pessoas inescrupulosas, que se locupletam com desvios de verbas como “corruptos”, pode ser um grande eufemismo. Banalizou-se a corrupção! A prática disseminou-se de tal forma que é comum considerá-la “normal”. Aplica-se aqui o aforismo bíblico: “Por muito se praticar a iniqüidade, o amor de muitos esfriará.” (Mt 24:12). O verbo esfriar é iterativo, indica uma ação continuada e progressiva. Se algo esfria, leva um tempo, há uma duração. O homem comum deixa esmorecer a esperança, a fé e o amor por testemunhar a maldade, a injustiça e o descalabro social. Assistir a noticiários com sucessivas exposições da amoralidade do ser humano, da falta de caráter, da insinceridade e da impiedade social, tem um resultado que vai além de suas conseqüências diretas, acima expostas. Há ainda a conseqüência moral. A conseqüência direta é a morte de pessoas. A conseqüência moral é a morte de almas. Portanto, não existe a figura eufêmica do corrupto. Existe o assassino de crianças. Existe o causador de abortos criminosos nas gestações frustradas por desnutrição. Existe o assassino de idosos que tem os programas sociais suspensos pela malversação de verbas. Existe o assassino por doenças epidêmicas, cujo controle depende de vontade política. Existe o assassino por desastres sociais e econômicos gerados por desemprego. Existe o assassino do futuro de muitos jovens. Existe o assassino, enfim, da fé, da esperança e do amor, dons divinos, expropriados da alma humana por aqueles que não podem ser quase que ingenuamente chamados de “corruptos”. São assassinos!
Flávio Mussa Tavares
flaviotav@gmail.com
Flávio Mussa Tavares
flaviotav@gmail.com
Um comentário:
Caro Flávio, meu amigo
Nesta sexta-feira, a partir das 16 horas, no Largo da Imprensa, a Associação Regional de Teatro Amador - ARTA - promove uma manifestação livre com a presença de vários artistas de Campos em comemoração ao Dia Internacional do Teatro.
O evento tem grande importância, uma vez que resgata a tradição dos artistas de Campos de irem para a rua celebrar o seu dia, o que não acontece há dez anos.
" O artista sabe que o seu verdadeiro palco é a rua, e junto ao povo. Vamos voltar ao nosso palco e em grande estilo", disse Dedé.
Vão ser apresentadas várias performances com artistas do Teatro Amador de Campos, de poetas, músicos, números circenses e , contando ainda, com nomes históricos na luta pelo Teatro e pela arte campista, que serão homenageados pela entidade. O convite é feito a toda população campista que nunca deixou de prestigiar a prata da casa.
SEXTA -FEIRA É DIA DE FAZER ARTE!!!!!
Dedé Muylaert _ Presidente da Associação Regional de Teatro Amador - ARTA
Postar um comentário