segunda-feira, 30 de março de 2009

UM PRESENTE PARA CAMPOS, Monitor Campista, 28/03/2009


Se o nosso município é o aniversariante, o que a população pode oferecer para ele? Por que o pensamento de que somos credores de nossa administração pública? E se uma voz se levantasse convocando a população para ser parceira da administração? E de que modo pode uma população tornar-se parceira de um município? É preciso que cada um seja irmão da cidade e não apenas filho. Do momento em que passamos a nos sentir sócios de uma grande empreitada coletiva, é mais fácil mudar o perfil psicológico do cidadão. Há muito que o nosso público vê o orçamento municipal com olhos de cobiça. Quem não quer conquistar uma fatia do grande bolo que há anos, por causa dos royalties, faz inveja a muita capital brasileira? Mas em tempos de crise internacional, o desaquecimento da economia fez cair o preço do barril de petróleo e nosso ouro negro também perdeu valor. Nossa fatia foi reduzida em trinta por cento e muitos desesperam. Recordo-me de que um dia, há muitos anos, um jovem foi vendido por seus irmãos. Ele chamava-se José. Tornou-se escravo no Egito, mas foi chamado a interpretar o sonho do faraó. Eram sete vacas gordas engolidas por sete vacas magras. A interpretação de José foi que sete anos de depressão econômica sucederiam sete anos de crescimento vertiginoso da economia. Sugeriu então que o faraó fizesse grande economia no período de fartura. E para que alcançasse esse fim, contratasse um administrador para cuidar do abastecimento, do armazenamento e do transporte da produção agrícola, com rigoroso controle de estoque e de qualidade. Que estabelecesse um imposto para os produtores e que a palavra desperdício fosse riscada do mapa. E que não se perdesse tempo. Penso que o presente que a população campista pode oferecer ao seu município é viver segundo o modelo de José do Egito. A sabedoria deste inspirado fundou na Terra a Economia e a Administração. Ali estava o princípio de que a economia tem seus ciclos sucessivos de expansão e recessão. O único detalhe é que até os dias de hoje administradores públicos e privados cometem o equívoco de esbanjar e ostentar opulência na fase expansiva das vacas gordas, esquecendo a necessária e subseqüente fase recessiva das vacas magras. Rogo a Deus que inspire nossos administradores e nosso povo a viver com parcimônia, cumprindo o programa de José do Egito, fazendo de Campos uma cidade exemplar.
Flávio Mussa Tavares
fmussa@mcampista.com.br

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